segunda-feira, 25 de abril de 2011

Dia da Terra assinalado em Nova Iorque com cortiça portuguesa


Ao fim de quase um ano a "vender" a imagem da cortiça portuguesa nos Estados Unidos, a jovem norte-americana Kara Schmiemann encontrou o seu maior desafio: Times Square, o sítio mais agitado de Nova Iorque, em dia feriado.


"É o maior evento até agora, com mais tráfego", dizia agitada a jovem de 24 anos, que de rabo-de-cavalo e t-shirt a dizer "100% Cork" (100% Cortiça) passou o dia a gritar, por cima da habitual vozearia dos milhares de pessoas que atravessam Times Square e da música de fundo das muitas lojas e salas de espetáculos das redondezas.

O Dia da Terra foi o pretexto desta nova ação de campanha 100% Cork, que tem como objetivo educar os consumidores norte-americanos para a sustentabilidade da cortiça como vedante natural de garrafas de vinho, por oposição às "rolhas" sintéticas e de alumínio.
Falando alto e rápido, e sem hesitar, Kara foi desfiando a quem passava como é extraída a cortiça e defendendo que, a bem da sustentabilidade ambiental e da qualidade dos vinhos, os consumidores devem exigir a cortiça, matéria-prima de que Portugal é principal produtor mundial.

 "Isto é um recurso sustentável e natural. O que eles [portugueses] fazem é, cada nove anos, descascar a árvore e perfurar a rolha", explicou Kara a uma mãe e filha, enquanto mostrava um retângulo de cortiça, ainda com a casca, perfurada na forma das rolhas.

Remetia também os curiosos para um novo diretório na Internet onde os consumidores podem aceder, mesmo no momento de compra através dos seus telemóveis, a uma lista de vinhos que usam o vedante natural.
Mais habituados às rolhas de plástico e roscas de alumínio, os norte-americanos veem a cortiça como algo de "novo".

 "Há perguntas esquisitas, pessoas que acham que há falta de árvores [de cortiça], que as árvores são abatidas. Alguns mal-entendidos", relata Kara, que esteve ligada à campanha desde o início - um pavilhão estacionado no verão de 2010 em frente aos icónicos armazéns Macy´s, outra das mais movimentadas zonas de Nova Iorque.

Através do Facebook, onde a página 100% Cork já tem mais de 45 mil fãs, está a ser oferecida uma viagem a Portugal para duas pessoas, para o melhor vídeo sobre cortiça.

 "Tenho pena de não poder entrar no concurso. Gostava mesmo de ir", diz Kara, que há um ano "vende" um icónico produto português sem conhecer o país.

Jeff Lloyd, da agência responsável pela campanha, diz que ainda é "surpreendente o número de norte-americanos que não sabem que a cortiça vem de uma árvore".

Prestes a chegar ao fim, a campanha, das mais caras de sempre na divulgação de produtos portugueses no estrangeiro, foi premiada pela Associação de Marketing na Internet como a melhor na categoria de promoção em 2011, e tem futuro incerto.

"Depende da Apcor e do Governo. Nós certamente estamos disponíveis, gostaríamos de ter essa oportunidade. Não falámos formalmente", diz Lloyd.

Mesmo que não prossiga, sublinha, todas as "ferramentas" de Internet - como a página no Facebook e o diretório on-line - passarão para as mãos das entidades responsáveis em Portugal, permitindo dar algum tipo de continuidade ao 100% Cork e à "educação" dos consumidores de vinho norte-americanos.

By Agência Lusa

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