sábado, 19 de novembro de 2011

7º Jantar Gastronómico (com Hospes Peritus) | 19 Novembro 2011 | Tema: Gastronomia Molecular



A Gastronomia molecular é a ciência dedicada ao estudo dos processos químicos e físicos relacionados com a culinária. Estuda os mecanismos envolvidos nas transformações dos ingredientes na confeção e investiga os aspectos sociais, artísticos e técnicos da culinária e gastronomia (de um ponto de vista científico).

A expressão "gastronomia molecular" foi criada em 1988, pelo físico húngaro Nicholas Kurti, da Universidade de Oxford, e pelo químico francês Hervé This.


Anthony Bourdain em Lisboa



Anthony Bourdain (na foto), o chefe nova-iorquino que se tornou mundialmente famoso quando escreveu o sensacional "Cozinha Confidencial", deve estar por Lisboa no fim deste mês para gravar mais o programa "Não Aceitamos Reservas" ("No Reservations", no original), que a SIC Radical exibe já há uns tempos.

Quem estiver com ele, já sabe, se o querem ver feliz, é dar-lhe carne de porco e mariscos, de preferência em ambientes "beras". Algo que não deve ser difícil de encontrar cá na terra.

By Duarte Galvão

A tasca Povo abre quinta-feira e promete fado e petiscos



No Cais do Sodré de Lisboa, as novidades não param: em simultâneo com a inauguração da artística Pensão Amor, no dia 17, e a uma semana da abertura do vizinho Bar da Velha Senhora, apresenta-se o Povo, nova tasca portuguesa com petiscos, vinho e com fado.

Na rua Nova do Carvalho, Cais do Sodré lisboeta, um painel da autoria de Leonor Morais cobria ainda a fachada do antigo Arizona, escondendo uma composição em azulejo evocando "caubóis" em acção. No painel, a artista inscreveu as palavras "Povo", "Ovo", "Gente", "Fio", Rua", "Mundo" e "Palavra". Uma primeira entrada no conceito do novo Povo, que abre portas no dia 17, em simultâneo com a festa de inauguração do artístico edifício em que está inserido, a Pensão Amor.

O Povo será um "espaço, com ligação ao fado, onde se pode comer", resumiu à Fugas Alexandre Cortez - da CTL - Cultural Trend Lisbon, empresa que gere outros projectos na área do lazer e cultura (como o vizinho MusicBox) e que também irá gerir este novo espaço.
O mote é o da "recriação do espírito de uma tasca", avança Cortez. O Povo vai ser também uma residência artística mensal para novas "vozes" - intérpretes e compositores - de fado. O resultado final dessa residência passará pela gravação de um disco. 

Numa primeira fase, a "tasca" servirá petiscos tipicamente portugueses (moelas, pataniscas, ovos verdes, peixinhos da horta, salada de polvo ou de orelha) ao final da tarde e à noite (das 18h às 04h, de 3.ª a domingo). A partir de Janeiro, o Povo prevê servir almoços.  

By Tiago Pereira Carvalho

Lisboa recebe grandes chefes Relais & Châteaux

http://mesamarcada.blogs.sapo.pt/393166.html
Nomes consagrados da cozinha mundial como os chefes Michel Guérard, Georges Blanc, Régis Marcon, Jean-Michel Lorain, Gérald Passédat, Michel Troisgros ou Sébastien Bras (filho e continuador de Michel Bras) e outros chefes internacionais de grande prestígio, num total de 60, vão estar em Lisboa a partir de amanhã para participarem no 37º Congresso Internacional da Relais & Châteaux. No mercado da ribeira, além de tomarem um pequeno-almoço “típico” num dos cafés das traseiras, ouvirão o presidente da Academia Internacional de Gastronomia, José Bentos dos Santos, falar-lhes de peixe, conservas de peixe e sustentabilidade.

O congresso, cujos trabalhos vão decorrer no Pátio da Galé, no Terreiro do Paço, começa amanhã com um jantar volante em que as equipas das unidades portuguesas que fazem parte da Relais & Châteaux (Quinta das Lágrimas, Quinta da Romaneira, Casa Velha do Palheiro, Casa da Calçada, Vila Monte, Fortaleza do Guincho e Eleven) vão servir especialidades bem conhecidas dos portugueses, alguns com variações introduzidas pelos respectivos chefes, como leitão da Bairrada, empada de galinha de Beja, arroz de lingueirão, peixe ao sal, sardinhas assadas com quinoa e caril de Madras, cataplana de camarão com chutney de malaguetas e manga, com molho de coco, tripas à moda do Porto, bacalhau com broa de milho, espetada regional com bolo de caco e manteiga de alho, mini-filetes de peixe-espada preto, filete de raia em caldeirada e porco preto à portuguesa. Na segunda-feira, Joachim Koerper, que é Grand Chef Relais & Châteaux, receberá os chefes para um jantar de cataplana no Eleven.

By Duarte Calvão

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

5º Jantar Gastronómico | 20 Agosto 2011 | Tema: Cocktails & Mistery Bags | Reportagem Fotográfica

Cocktails & Amuse Bouche
By Hospes Peritus

Long Island Iced Tea

Bolinhos de Caranguejos

Bulldog & Fever Tree Tonic

Mini-Cornetos de Fígados de Pato

Mistery Bags
Salmão – Ananás – Endívia
Lombo Porco Preto – Pistáchios – Pepino
Fruta Época – Claras – Manjericão

Ceviche de Salmão e Ananás em barquinho de Endívia
Salmão fumado em barquinho de Endívia e Maionese de Ananás

Trouxinhas de Porco Preto com Pesto de Pistáchios e Pepino amanteigado

Bolo de Chocolate e Manjerição com molho de Framboesas

Sangria de Espumante


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O CSI da Comida

Uma empresa aplica técnicas forenses para descobrir o material genético dos alimentos e detetar possíveis fraudes sobretudo nos destinados às marcas brancas dos hipers.
De que é feito um pastel de bacalhau? E um queijo de cabra terá mistura de leites de outros animais? Haverá vestígios de carne numas almôndegas de soja?
A Bioprimier, empresa que detém o único laboratório privado em Portugal acreditado em técnicas de biologia molecular aplicáveis a amostras alimentares, consegue responder a todas estas questões.
Com métodos dignos da famosa série de investigação criminal CSI. O segredo está em extrair o ADN, uma espécie de assinatura de cada produto. A partir daí consegue-se dissecar os alimentos, determinando ao pormenor qual a sua composição.
Com este método de perícia, os supermercados procuram garantir a qualidade dos produtos de marca branca, pelos quais são responsáveis. Pedem para detetar organismos geneticamente modificados, vestígios alergénicos, as espécies de peixe utilizados em alimentos mais processados, como rissóis. Os resultados são determinantes para a elaboração do rótulo e, sobretudo, para a relação do cliente com o seu fornecedor.
By Luísa Oliveira

Margão lança oito novidades



A Margão apresentou recentemente oito novas sugestões de Ervas e Especiarias em frasco de forma a responder às novas tendências de cozinha e sabor.
As novidades são: o Estragão em Folhas, os Coentros em Folhas, a Hortelã Menta, o Funcho, os Cominhos Grão, a Mostarda em Grão, o Cardamomo Grão e o Caril Madras Forte.

O mistério do mais temido dos críticos gastronómicos franceses


Foi preciso persistência, mas ao fim de uma troca de e-mails que durou algumas semanas o mais temido crítico gastronómico francês acedeu dar uma entrevista, a primeira à imprensa portuguesa. Na sede do diário Le Figaro, onde é grande repórter, levantou a ponta do véu sobre a sua forma de fazer apreciações a restaurantes e disse acreditar que, mais ano menos ano, a gastronomia portuguesa vai alcançar o reconhecimento que merece.


Trabalhou em diversas publicações até começar a escrever sobre restaurantes na influente revista Gault&Millau. Foi editor-chefe da emblemática Cuisine et Vins de France revista fundada em 1947 pelo gastrónomo Maurice Curnonsky e está há cerca de 25 anos no conceituado diário Le Figaro, onde é actualmente grande repórter.

Que diferenças encontra na gastronomia dos dias de hoje em relação à sua primeira crítica?
É muito mais leve, simples, legível e menos pretensiosa. Os tempos de cozedura dos alimentos são mais reduzidos e os sabores mais acentuados. Houve uma modificação completa na forma de trabalhar os legumes, o que me parece uma evolução muito boa.

E Portugal, já visitou?
Não conheço assim muito bem. Estive lá três ou quatro vezes.

O que é que recorda da cozinha portuguesa?
Achei que tinha personalidade mas era fácil de compreender. Era muito viva e luminosa. Lembro-me do peixe, do vinho verde. O peixe era deslumbrante. Tenho boas recordações.

Não foi ao sul?
Não. Mas tenho que voltar. Esta conversa está a dar-me vontade de voltar (risos). Neste momento em Portugal vive-se uma espécie de dilema. Por causa da popularidade da cozinha espanhola, e agora da Dinamarca, as pessoas questionam-se por que é que a gastronomia não tem mais projecção internacional. Um país com oito séculos de história, com uma cozinha tradicional forte, produtos de qualidade, muitos deles certificados como DOP e IGP, e continua desconhecido para os gastrónomos.
Isso acaba por mudar. É um pouco como os adultos. Uns têm sucesso aos 24 anos e há outros que têm de esperar até aos cinquenta ou mais. Em Portugal as coisas são boas é uma questão de esperar e a popularidade vai acabar por chegar.

Acha que é um tesouro por descobrir?
Acho que é um tesouro a descobrir, tal como é o Vietname e a Síria, que é extraordinária, apesar dos problemas que tem agora. Há países onde quase não existe tradição culinária, como a Bulgária, alguns em África. Mas hoje há mais abertura, o que significa uma oportunidade para alguns países.

Portugal está nesse patamar...
Completamente. Deve seguir a sua identidade, os produtos regionais, e as coisas vão acontecendo. É que, frequentemente, a actualidade acerca de um país é um bocado manipulada. Agora é a Dinamarca, mas provavelmente daqui a três anos pode ser Portugal. Durante dez anos só se falava de Espanha, de uma forma um pouco excessiva.
Agora fala-se na Dinamarca, também um pouco de mais. Eu fui a Copenhaga e pensava que ia encontrar uma cidade muito gastronómica, mas as pessoas não são gourmets. No entanto, há uma dezena de restaurantes muito bons. Mas são apenas dez, o que não é suficiente para fazer uma identidade gastronómica.

E os restaurantes, como é que os avalia, toma notas?
Só tomo notas mentais, mas estou atento a tudo, analiso tudo. Para mim, um restaurante não é apenas o prato, excepto aqueles muito técnicos em que não há mais nada além do prato. Nesses casos concentro-me no prato, mas para mim é um conjunto de factores.
O cheiro, a música, a iluminação, as sensações, o pessoal. É um todo. Não posso dizer às pessoas para irem a um lugar que é triste ou austero. Tenho que lhes relatar isso, descrever bem a experiência a todos os níveis. As coisas têm de estar bem calibradas.

Mas os factores de avaliação têm um peso diferente.
Depende. Penso que em cada lugar, seja numa crêperie, num balcão japonês, num restaurante italiano, num gastronómico ou num café, têm que se adequar os instrumentos de medida. E dizer 'esta crêperie é muito boa'. Mesmo que o espaço não seja muito confortável e tenha um cheiro intenso, mas onde o crepe é bom, e o ambiente é agradável e genuíno. Tem que se ter alguma flexibilidade e não certezas absolutas.

Mas valoriza mais a comida?
Sim, mas às vezes a comida é média e está tudo bem. É o tal conjunto. A comida tem que ser no mínimo correcta, mas não tem que ser necessariamente muito boa, aí pode prevalecer o ambiente, a simpatia. Se vou comer um bife com batatas fritas em que a carne está no ponto, as batatas são boas e o ambiente também, é perfeito!

E começou a escrever sobre gastronomia na Gault&Millau?
Em 1981, comecei no meio de Maio. Nessa altura a revista estava à procura de um jornalista, eu fui mas disse-lhes que não sabia nada sobre comida. Eles disseram que não havia problema porque ia aprender com eles. Acabaram por não me ensinar nada e preferiram empurrar-me para a piscina. Tive que aprender a nadar sozinho. Aprender a degustar.

Como é que se aprende a degustar?
Tem que se estudar, observar, escutar. Não tem que se ser um grande especialista. Quando se é demasiadamente apaixonado e especializado, é difícil manter o distanciamento. E para mim o distanciamento é o ponto mais importante para se fazer crítica [pega na garrafa de água que está em cima da mesa e exemplifica].
Se estamos muito perto de um objecto temos dificuldade em analisá-lo. Temos de conseguir ver as três dimensões [afasta a garrafa], porque se estivermos dentro da garrafa é impossível. Para mim os apaixonados, os especialistas, estão perdidos no interior da garrafa e querem estar lá dentro. Pensando na gastronomia como se fosse uma casa, eu prefiro estar aqui [distante].

O que é estar "dentro da garrafa"? São os amigos, os jornalistas...
Sim, o guia Michelin e outros. Há pessoas que gostam desse casulo, como se fosse uma espécie de ventre materno. É outra visão. Eu prefiro estar um pouco de lado, à distância. É óptimo.

Essa posição traz-lhe alguns inimigos?
Como eu não tenho vida social não sei quem são os meus inimigos. A minha vida privada é ao redor de alguns amigos, nunca vou a cocktails, jantares, viagens e essas coisas, por isso nunca me cruzo com chefs. Sei que tenho muitos inimigos mas nunca os encontro (sorri).

Também fez parte do júri do primeiro ranking dos 50 melhores restaurantes do mundo.
Estive nas duas primeiras listas e tentei fazer alterações porque achava a classificação absurda. Não havia restaurantes asiáticos, nem jurados asiáticos. Apontei estas falhas e até tentei constituir um painel de jurados asiáticos. Depois apercebi-me que aquelas pessoas não iam àqueles restaurantes todos. Não era uma coisa séria, deontológica. Eu próprio, que tenho a oportunidade de viajar bastante [no Le Figaro, François Simon também escreve sobre viagens, moda e perfumes], faço reservas noutro nome e no fim pago a conta [tira da carteira três cartões de crédito com nomes diferentes], não consigo ir a todo o lado, não tenho tempo. Participei para tentar melhorar alguns aspectos, mas desisti.

By Fortunato da Câmara

O Porto à espreita das estrelas do guia Michelin

A visibilidade que o recente "boom" turístico tem dado à cidade e a notada presença de inspectores do famoso guia vermelho em alguns dos mais destacados restaurantes espalhou a ansiedade pela Invicta.

Os olhares recaem sobretudo sobre os chefs Ricardo Costa, Rui Paula e Pedro Lemos, apontados como mais sérios candidatos à ambicionada distinção. E se os dois últimos dão o nome a casas próprias (no Porto e no Douro, no caso de Rui Paula) e moldadas segundo o conceito pessoal, rapidamente tendo conquistado a aprovação da clientela, já com Ricardo Costa a situação é bem diferente.
Depois de, em 2009, ter reconquistado a estrela para o Largo do Paço, o jovem chef aceitou o desafio de liderar os fogões do ousado projecto do Hotel The Yeatman, na marginal de Gaia, cujos responsáveis nunca esconderam a ambição de reconhecimento internacional. Um ano depois da abertura e do árduo trabalho desenvolvido, Ricardo Costa diz que o restaurante tem finalmente a marca da sua equipa, assumindo o conceito que definiram: uma carta em linha com o que se faz nos melhores restaurantes do mundo, que privilegia a ligação com os vinhos portugueses.

Curiosamente, os três parecem desenvolver conceitos complementares, já que enquanto Rui Paula coloca a ênfase na criatividade com que interpreta o receituário e produtos regionais, Pedro Lemos explora o potencial e qualidade dos produtos autóctones.
Além de se apontarem mutuamente como potenciais estrelados, os três chefs coincidem também noutras apreciações: não trabalham com essa obsessão; o Porto merece a distinção do guia francês; e toda a restauração da cidade beneficiaria com ela.

By José Augusto Moreira

sábado, 5 de novembro de 2011

6º Jantar Gastronómico | Novembro 2011 | Tema: Game Night | Teaser

O Club Gulae está pronto para receber um grupo de amigos para uma Game Night! Temos as cartas, a mesa e as fichas... O que precisamos? De comida!
 
A comida de uma Game Night deve ser simples... Quanto mais tempo se gasta a comer, menos tempo se joga.

Game Night is ON! 

sábado, 29 de outubro de 2011

6º Jantar Gastronómico | Novembro 2011 | Tema: Game Night

GAME NIGHT IS ON!
 
O que se come numa game night?

João, Rita... e o Mar



Se em 2006 um qualquer comité gastronómico tivesse atribuído um prémio de restaurante revelação, o Vin Rouge teria sido certamente um sério candidato. Na altura vários foram os entusiastas que demonstraram o seu contentamento - em jornais, blogues e fóruns - por este pequeno restaurante meio perdido em Amoreira, algures no Estoril. Não é que a comida fosse o superlativo dos superlativos ou particularmente original, mas porque os proprietários reuniam um conjunto de características que lhes trouxe reconhecimento e proveito. De facto o profissionalismo e a simpatia de Rita Caldas, na sala, as propostas contemporâneas de base portuguesa (e de escola francesa) de João Antunes, na cozinha, uma carta de vinhos curta mas interessante e uma conta justa no final, eram argumentos de sobra para uma refeição a preceito – até se perdoava a localização e o espaço que poderia ter sido um stand de automóveis. 
Em 2010, depois de alguma insistência, aceitaram o convite do hoteleiro Simões de Almeida e transferiram-se para o lugar onde funcionara o 100 Maneiras, na estalagem Villa Albatroz, em plena baía de Cascais. 


O percurso não tem sido fácil. A conjuntura económica está como se sabe e Cascais é, por vezes, uma terra madrasta - segundo alguns locais, um morador da região mais facilmente se desloca a Lisboa ou ao Guincho para jantar do que a Cascais. Acresce ainda que apesar do espaço ser de dimensão semelhante ao anterior a distribuição por várias salas obrigou a um aumento da equipa.

Contudo Rita Caldas e João Antunes - dois profissionais com passagens por restaurantes como o Valle Flor (ela), Ritz, Fortaleza do Guincho e 100 Maneiras (ele) - vão contando com a presença dos seus clientes de sempre e também de muitos estrangeiros, sobretudo, turistas em época alta. 

De resto pouco parece ter mudado. A carta de comidas continua a ser pequena mas interessante, a de vinhos idem, os preços pouco ou nada se alteraram e até alguns dos adereços mais sóbrios foram transpostos da anterior morada.

A carta de comidas, como referi, é pequena mas interessante (5 entradas, 3 pratos de peixe, 3 pratos de carne, 3 ‘risottos & pastas’ e cinco sobremesas) pelo que a opção pelo menu de quatro pratos ao critério do Chef (39,90€) é uma hipótese a considerar.
Em matéria de vinhos o Vin Rouge continua bem. Tal como referi no inicio, a carta é relativamente pequena (6 champanhes/espumantes, 25 brancos, 33 tintos, e 13 vinhos de sobremesa, entre colheitas tardias e fortificados) mas com vários pontos de interesse e referências menos óbvios. A lista está dividida de forma clássica (por regiões) e em cada vinho, vem referido o nome do produtor, as castas e notas de prova. A temperatura de serviço foi correta e a politica de preços sensata. Não só há várias soluções a abaixo dos 20€ como há casos em que a margem não é elevada, como no caso do belíssimo Soalheiro Primeiras Vinhas 2010 que bebemos (24€).
Por ultimo o serviço correu de forma fluida e profissional. Não só pela parte da anfitriã, como esperava, mas, também, por parte dos empregados que nos atenderam.

O Vin Rouge continua, portanto, a ser uma casa muito recomendável. Esperamos que apesar da conjuntura e de algumas vicissitudes do lugar consigam manter o nível e, se possível, melhorar um ou outro detalhe. A cozinha de João Antunes e a dedicação da equipa merecem-no. E nós também. Do prazer de desfrutar desse momento e da vista.

By Miguel Pires

Uma estrela nas mãos de Aimé Barroyer




É um dos mais antigos restaurantes de luxo da Península Ibérica (1861). Pelas suas mesas passaram figuras ilustres das mais diversas áreas, da literatura à politica, do cinema às finanças. Em 150 anos de vida o Tavares viveu momentos de glória e de estabilidade, mas também de declínio e de insucesso, de que são exemplos as sucessivas falências que se deram nos anos 40/50. Infelizmente na sua história recente os períodos conturbados voltaram a repetir-se: desde 2004, o restaurante mudou duas vezes de proprietário e cinco vezes de Chefe de Cozinha.  

Mas foi também neste período, sobre o comando do Chef José Avillez, que alcançou o seu maior feito gastronómico ao ser galardoado dois anos consecutivos (2009 e 2010) com estrela michelin. Como é sabido José Avillez  sairia em Janeiro deste ano em rotura com a administração. Problemas financeiros, que se traduziram no incumprimento de prazos de pagamentos a fornecedores, como veio a lume na imprensa, terão estado na origem dessa ruptura.

Quando muitas pessoas temiam um novo definhar era anunciada a contratação de Aimé Barroyer para tomar as rédeas da cozinha e dar um novo fôlego ao projecto. O estilo de cozinha e o seu currículo, que incluiu passagens pelas cozinhas de Joel Robuchon e Paul Bocuse, parecem apontar nesse sentido.

Em Portugal, este Chef francês, casado com uma portuguesa, criou e dirigiu o restaurante Valle Flor, do Hotel Pestana Palace (Lisboa), onde ficou conhecido pela obsessão pelas cozinhas e produtos regionais portuguesas, muitos deles de baixa consideração e até pouco conhecidos fora das suas regiões. Barroyer deu-lhes um estatuto e a sofisticação que poucos imaginaram – é preciso ver que se vivia um período de deslumbramento em que se valorizava muito certos produtos estrangeiros, do (hoje banal) magret de pato, ao foie gras, das vieiras ao pombo d’anjou. A sua cozinha no Valle Flor era de facto fascinante. Contudo, apesar de todo o reconhecimento a sua mente criativa e a insistência em conjugar produtos nobres com outros menos considerados, nem sempre resultava de forma brilhante. Por outro lado a cadência com que novos pratos e menus especiais iam sendo apresentados pecavam, por vezes, por falta de afinação o que fazia com que o resultado nem sempre fosse constante. Essa é a principal razão que várias pessoas apontam para o facto de nunca ter ganho uma estrela michelin.

A primeira carta de Barroyer, no Tavares, data do inicio de Março. Apesar dos poucos meses de trabalho o silêncio paira na imprensa e, à data que escrevo estas linhas, pouco mais se conhece do que a apreciação do conhecido critico espanhol Carlos Maribona, do jornal ABC e do blogue Salsa de Chiles.  Maribona, um adepto incondicional do Tavares de Avillez, considerou a cozinha de Barroyer tecnicamente impecável, mas demasiado barroca, chegando a apontar algumas conjugações “verdadeiramente preocupantes”, como foi o caso de um salmonete com foie gras.

Aimé Barroyer  continua fiel à sua cozinha e à sua aposta nos produtos portugueses. A escolha à carta é reduzida (seis pratos, uma sobremesa e um prato de queijos) privilegiando-se os menus de degustação.  

A carta de vinhos inclui vários vinhos de topo, portugueses e estrangeiros, mas pareceu-me desequilibrada dando a sensação de estarem em escoamento de stocks, sobretudo nos brancos onde o desfalque de referencias era acentuado.
Por último o serviço de sala foi positivo: atendimento cordial, coordenado, com os pratos a chegarem-nos no timing certo.  

Em resumo tivemos um jantar agradável com um serviço correcto e um menu com pratos criativos e ligações interessantes, num apelo a uma memória colectiva. Um menu seguro, equilibrado e leve (ninguém ficou com fome, nem empanturrado). Contudo, no final, ficou a sensação que faltou qualquer coisa, um certo toque de génio que encontrei, no passado, em certas criações de Aimé Barroyer. No entanto pareceu-me uma cozinha que dignifica o lugar e tem nível suficiente para uma estrela michelin - tenham os inspectores do guia vermelho a sensibilidade e a vontade em compreender certos aspectos locais, algo que nunca foi muito evidente no passado.

By Miguel Pires

Nova pastelaria francesa traz-nos o “veneno do amor” de Paris


 
Entramos no Poison d' Amour e entramos em Paris. E nesta nova pastelaria e salão de chá, no Príncipe Real lisboeta, todos os olhares desaguam de imediato nos pequenos grandes monumentos franceses que se arrumam artisticamente na vitrina que nos recebe. Macarons, éclairs, tartes e tartelettes, bavaroises, mille-feuilles, geografias doces como Paris-Brest ou mesmo Delícia de Lisboa (uma mousse de limão) e tudo com boa vizinhança: croissants, pains aux raisins (parecido com o caracol português), brioches...

A Poison, com sala de chá íntima, sala de cafetaria ou pátio rodeado de Jardim Botânico, quer mesmo transportar-nos para uma requintada Cidade Luz. E não usa só açúcar, mousses ou chocolates como o "veneno do amor". Há ainda pequenos-almoços, almoços ou brunchs.

"Todo o material veio de França" para ser possível cumprir "todo o processo de fabrico francês", explica, sublinhando que "todos os produtos são feitos aqui, todos os dias, de forma artesanal", só com "produtos de primeira qualidade", sem cedências: seja nas "massas folhadas, que são feitas com manteiga, nada de margarinas", seja no chocolate, "dos melhores do mundo, o Valrhona".

É certo que a vitrina de pastelaria cria de imediato o ambiente mas Paris está em todo lado.
Entra-se directamente para o corredor do balcão de pastelaria, que em frente tem a sala de chá, segue-se pelo corredor para uma salinha de cafetaria e chega-se a outra cereja no topo do bolo: uma esplanada completamente rodeada e abençoada pelo Jardim Botânico.

Doçuras
Macarons redondinhos e coloridos, de café, chocolate, baunilha ou framboesa. Éclairs de chocolate, café ou framboesa - e prometidos estão de pistácio ou até violeta. Tartes de chocolate com Ganashe a 75% de cacau, muitas tartes de frutas ou de amêndoa, ou um Brooklyn em camada de três chocolates que é posto em cima de um biscoito caramelizado de avelã. Bavaroises de frutos silvestres e de manga ou tartes de limão-merengue e mil-folhas "verdadeiros" (atenção ao de morango), baba au rum ("briochezinha fininha imprimida de rum com chantili caseiro") e croissants e brioches. Paris Brest, "uma massa de éclair pulverizada de amêndoa torrada com creme de pralinê", e o pains aux raisins ("parecido com o nosso caracol"), tarte Grand Mére, tarte Amandine. E a Delícia de Lisboa, uma mousse de limão assim baptizada para homenagear a cidade. Prometem-se novidades ao longo da temporada. Como referência: um croissant custa 1,60€ e os bolos variam entre 2,80€ e 4,50€ - os macarons vendem-se a 6,80€ por 100gr. Uma "cascata" de miniaturas de pastelaria e "viennoiseries" (croissants, pães) com 10 unidades fica em 9,50€ tal como uma com 10 unidades variadas de macarons. A acompanhar, chás (uma lista de 16 diferentes) a partir de 3,70€ a 4,80€ (um perfumadíssimo chá verde de Jasmim), além de cafés e leites, sumos naturais e limonadas, vinhos (desde 3,20€ o copo) e champanhes (9€ a flûte)

Na ementa
Por exemplo, a manhã pode começar com um pequeno-almoço Elegance, entre "petites viennoiseries" (2 croissants, 2 pains au chocolat, 1 pain aux raisin, 1 brioche, peito de peru fumado, ovos mexidos, pão de sementes de sésamo, pão de sementes de papoila, espetada de frutas de época, doce, mel e manteiga (fica-lhe tudo por 10,80€ mas há menus desde 6,50€). Já para um almoço, e pelo mesmo preço poderá optar por um menu de salada de topo, o Canibal - com carne laminada, cocktail de verduras, batata, picles, beterraba, azeitonas pretas, vinagrette de mostarda de Dijon - ou o Fermière - com fígados de galinha e moelas cozinhadas em vinagre, cocktail de verduras, cenoura ralada, crôutons, maçã, nozes e fígados; ambos por 10,80€ mas com propostas a partir dos 7,80€. Há ainda pratos de charcutarias ou queijos ou tostas de pão caseiro.
By Luís J. Santos

Cantinho do Avillez. Histórias, viagens e a casa da avó



Avillez começa por contar que o espaço é um sonho antigo. "Desde há sete anos, para aí, queria ter um para reunir amigos. Amigos de amigos, com outro registo. Descontraído, mas cuidado." Para isso, criou um restaurante informal, mas atento aos pormenores. Há azulejos Viúva Lamego, louças Costa Nova, Vista Alegre, Vida Portuguesa e Bordalo Pinheiro. A cozinha, afirma, é paralela à simplicidade vs requinte: "É sofisticada, mas simples. Os pratos são tradicionais, aqueles que temos o conforto de saber o que são, mas muito bem feitos e com alguns toques de criatividade e influências de viagens".

O México, foi uma das suas últimas escolhas e aparece no Prego MX LX (do México para Lisboa), servido fatiado, com guacamole, cebola roxa, e outras tantas iguarias sul-americanas. Há ainda o prego à Pequim, inspirado no pato à pequim que comeu num restaurante chinês, mas não na China: "Não é nada específico, mas um aglomerado de viagens, pessoas que me rodeiam, restaurantes e casas onde fui estando." José Avillez deixa claro que foi tudo pensado ao pormenor, e salta de novo para o tema decoração: "É isso. Portuguesa, com influências de viagens, sítios onde estive, peças que gostei, outras trazidas da casa das minhas tias, dos avós. É um conjunto de vivências de várias pessoas, mas focado na minha, no meu crescimento pessoal."

O tradicional português é uma das marcas e estende-se à tal placa onde se lê "Cantinho do Avillez" e que será pendurada lá fora: "Não se refere a um canto, mas ao lugar. É inspirada nas das ruas das zonas históricas e serve para criar esse ambiente do cantinho ser o lugar. O conceito do restaurante é a atenção e o carinho na identidade de cada coisa. Cada objecto conta uma história, assim como cada prato".

Depois da sua surpreendente saída do Tavares, em Janeiro, José Avillez terá agora dois restaurantes a seu cargo. O "Belcanto", mais antigo, vai dar continuidade à alta cozinha que fazia na rua da Misericórdia. O "Cantinho do Avillez", por outro lado, foi pensado para ser mais descomprometido: "Queremos fazer boa cozinha, independentemente de ser tradicional, contemporânea, ou de vanguarda. Há cozinha boa e má e nós marcamo-nos na linha da boa, em vários estilos".

O Chef Avillez afirma que "sentia falta, e saudades, de fazer pratos simples, que trazem memórias" da casa da avó, da tia, da mãe. "É possível tirar tanto prazer no grande bacalhau à Brás, como no Mergulho no Mar [dos pratos mais elaborados que tinha no Tavares]." No "Cantinho do Avillez", o registo é descomplicado e o tacho pode mesmo vir para a mesa. Há almoços, jantares e ceias até às 2h00: "É um registo descontraído, com uma comida de qualidade elevada. Como quando recebemos pessoas em casa. Queremos dar prazer a quem se senta na nossa mesa."
By Maria Catarina Nunes

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Club Gulae Recomenda | Inspira Santa Marta Hotel

http://www.inspirasantamartahotel.com/PT/Homepage/O-Hotel/Manifesto

Concebido como um “urban retreat” para quem viaja em negócios ou puro lazer, o Inspira Santa Marta Hotel aposta em marcar a diferença, através de um conceito inovador e de uma localização privilegiada, a “um passo” da Avenida da Liberdade.

Propomos-lhe uma experiência diferenciadora, num hotel ecologicamente sustentável. Por isso, praticamos uma política de Sustentabilidade, transversal a todo o projecto, que se reflecte em aspectos como a utilização de materiais de baixo impacto ambiental, o uso racional do papel e até ao nível do conceito gastronómico.




O Club Gulae recomenda que inicie a sua visita no The Urban Bar, experimentando o Urban Kiss - cocktail de Espumante, Gin e Flor de Sabugeiro. Para terminar, saboreie o fantástico Bolo ópera com espuma de caramelo, gelado de natas e nougatine na Open - Brasserie Mediterrânica.

Inspira Santa Marta Hotel
R. de Santa Marta n. 48
1150-297 Lisboa
tel.: [+351] 210440900
e-mail: 
geral.ismh@inspirahotels.com

domingo, 4 de setembro de 2011

5º Jantar Gastronómico | 20 Agosto 2011 | Tema: Cocktails & Mistery Bags | Menu


Menu

Cocktails & Amuse Bouche

Long Island Iced Tea
Bolinhos de Caranguejo

Bulldog & Fever Tree Tonic
Crocantes
Mini-Cornetos de Fígado de Pato
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Mistery Bags

Salmão – Ananás – Endívia
Ceviche de Salmão e Ananás em barquinho de Endívia
Salmão fumado em barquinho de Endívia e Maionese de Ananás

Lombo Porco Preto – Pistáchios – Pepino
Trouxinhas de Porco Preto com pesto de Pistáchios e Pepino amanteigado

Fruta Época – Claras – Manjericão
Bolo de Chocolate e Manjericão com molho de Framboesas
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Bebidas
Sangria de Espumante
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Cafés
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Digestivos

4º Jantar Gastronómico | 25 de Junho 2011 | Tema: Lisboa | Receitas

Caldo Verde & Crocante de Linguiça
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Ingredientes:
200 gr. de couve-galega cortada tipo caldo verde
óleo para fritar q.b.
sal q.b.
300 gr. de batatas
1 cebola
3 dentes de alho
1dl água
1 caldo de galinha
4 colheres de sopa de manteiga sem sal
100 ml de azeite
1 linguiça

Preparação:
Aquecer o óleo numa fritadeira a 140ºC. Fritar uma mão cheia de couve de cada vez durante 1 minuto até ficar estaladiça. Retirar e secar em papel absorvente. Polvilhar com sal.
Alourar a cebola e os alhos na manteiga e juntar a batata. Juntar água com o caldo de galinha e ferver até a batata estar tenra. Passar com a varinha mágica até obter um creme homogéneo.
Colocar a linguiça cortada em fatias finas no forno a 180ºC até ficar bem assada e crocante. Enquanto a linguiça estiver no forno a assar vai-se retirando e guardando a gordura. Quando as fatias de linguiça começarem a secar, retira-se para um papel absorvente para arrefecer. Juntar um pouco de azeite à gordura da linguiça.

Montagem:
Servir 1 concha de sopa, um ninho de couve frita, algumas rodelas de linguiça e o seu óleo.


Feveras no Pão & Mostardas
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Ingredientes:
Bifanas q.b.
Alho q.b.
1 copo de vinho branco
Sal e louro q.b.
Pão Bijou
Óleo q.b.
Manteiga q.b.
Misto de mostardas
Picante

Preparação:
Marinar as bifanas no vinho branco, sal, alho e louro.
Derretar a manteiga no óleo e fritar as fêveras.

Montagem:
Servir em pão bijou e acompanhar com um misto de mostardas e picante.


Arroz Doce de Cesto em Sopa de Morangos & Canela
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Ingredientes:
100 gr. arroz carolino
¼ l água
Pitada de sal
1L de leite gordo
5 gemas
1 vagem de baunilha
250 gr. de morangos maduros
1 cálice vinho porto
1 colher sopa açúcar
1 ramo de hortelã
100 gr. açúcar
100 gr. água
2 paus canela
5 claras

Preparação:
Cozer o arroz com a água e pitada de sal até o líquido evaporar. Em seguida, junta-se o leite e deixa-se cozer até o arroz começar a amolecer. Retira-se do lume e incorporam-se as gemas batidas previamente com o açúcar e as sementes de baunilha. Leva-se novamente ao fogo mexendo sempre até engrossar um pouco (uns 5min.). Retirar do lume e colocar numa taça a arrefecer.
Entretanto arranjam-se os morangos. Leva-se ao lume o vinho do porto e o açúcar até ferver e o açúcar dissolver. Nessa altura, juntam-se os morangos e a hortelã até levantar fervura novamente. Retira-se do lume e passa-se tudo até ficar uma sopa. Servir fria.

Montagem:
Num prato fundo forrar o fundo com a sopa de morangos. Colocar uma colher de arroz-doce ao centro e polvilhar com canela.



Nota: Reservam-se os direitos de autor originais das receitas apresentadas neste post. O Club Gulae recorre a diversos sites e livros gastronómicos e adapta as receitas à sua inspiração, não tendo o objectivo de assumi-las como suas.