Um dos ex-fornecedores cansou-se das dívidas e pediu a declaração de insolvência no Tribunal do Comércio
O restaurante Tavares Rico já pagou a dívida e evita desta forma um processo de insolvência requerido em tribunal, avança a agência Lusa.
Tal como o i avançou hoje, a Qual House, uma empresa que fornece produtos alimentares, reclamou a falência do estabelecimento, alegando que este não estava a regularizar as dívidas em atraso. Mas não é a única empresa a reclamar, garantiram ao i fontes próximas do caso.
Uma das proprietárias de uma banca de produtos do mercado biológico do Príncipe Real, em desespero de causa, chegou a exibir um cartaz improvisado onde reclamava à semelhança da cantiga da Deolinda“Que parva sou eu” em estar a “sustentar” o Tavares Rico. Mas a iniciativa terá conseguido sensibilizar os devedores. O mesmo terá acontecido ao responsável por algumas obras recentes no estabelecimento. Nesse caso, terá sido a visita dos oficiais de justiça com ordem para penhorar equipamento que garantiu o pagamento das remodelações.
No segmento dos fornecedores dos vinhos, também há quem comente os problemas financeiros do mais famoso restaurante de luxo de Lisboa. O i tentou contactar o restaurante e a empresa que pediu a insolvência, mas sem sucesso até ao fecho da edição.
A história do Tavares não podia ser cinzenta. Passou dramas e sucessos como qualquer diva. E os últimos meses não têm sido de bonança. Em Janeiro de 2011, o chef José Avillez bateu com a porta por “divergências insanáveis com a administração”. Foi este chef que levou o restaurante ao reconhecimento gastronómico internacional com a atribuição de uma estrela Michelin, em 2009, confirmada em 2010.
Em comunicado, Avillez afirmava que ao longo dos últimos três anos tinha desempenhado a sua “função com absoluta dedicação e com o apoio de uma equipa extraordinária”, à qual prestava “homenagem”. O chefe demissionário prosseguia afirmando que “juntos procurámos oferecer sempre o melhor com o objectivo de devolver o restaurante Tavares ao lugar que a sua história e prestígio merecem. No entanto, face a divergências insanáveis com a administração do restaurante, tomei a decisão de deixar o Tavares. Apesar da minha saída, desejo, sinceramente, que o restaurante reencontre rapidamente o seu caminho”.
O cargo passou para o chef francês Aimé Barroyer que já esteve no restaurante Valle Flor do Pestana Palace, em Lisboa, e no Oitavos, em Cascais.
220 anos de história O restaurante é um dos mais antigos da Península Ibérica e já tem o estatuto de restaurante de luxo desde 1861. Foi palco de tertúlia política e económica, recebeu Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro e Sidónio Pais. Com 220 anos de história fez obras profundas nas instalações, acompanhadas por técnicos do então IPPAR. A talha dourada foi restaurada, o verde deu lugar a um vermelho novo. Os espelhos ficaram porque o IPPAR não deixou que fossem substituídos, tendo em conta o seu valor no conjunto histórico. O edifício faz parte dos imóveis de interesse municipal.
Em 1959 terá passado um período conturbado de sucessivas falências mas sobreviveu com brilho nos anos que se seguiram. O restaurante do Chiado reclama a presença de clientes tão importantes como Eisenhower, Fellini, Amália e Almada Negreiros. O preço médio de uma refeição, dizem os guias, é de 75 euros. E continua a funcionar.
Tal como o i avançou hoje, a Qual House, uma empresa que fornece produtos alimentares, reclamou a falência do estabelecimento, alegando que este não estava a regularizar as dívidas em atraso. Mas não é a única empresa a reclamar, garantiram ao i fontes próximas do caso.
Uma das proprietárias de uma banca de produtos do mercado biológico do Príncipe Real, em desespero de causa, chegou a exibir um cartaz improvisado onde reclamava à semelhança da cantiga da Deolinda“Que parva sou eu” em estar a “sustentar” o Tavares Rico. Mas a iniciativa terá conseguido sensibilizar os devedores. O mesmo terá acontecido ao responsável por algumas obras recentes no estabelecimento. Nesse caso, terá sido a visita dos oficiais de justiça com ordem para penhorar equipamento que garantiu o pagamento das remodelações.
No segmento dos fornecedores dos vinhos, também há quem comente os problemas financeiros do mais famoso restaurante de luxo de Lisboa. O i tentou contactar o restaurante e a empresa que pediu a insolvência, mas sem sucesso até ao fecho da edição.
A história do Tavares não podia ser cinzenta. Passou dramas e sucessos como qualquer diva. E os últimos meses não têm sido de bonança. Em Janeiro de 2011, o chef José Avillez bateu com a porta por “divergências insanáveis com a administração”. Foi este chef que levou o restaurante ao reconhecimento gastronómico internacional com a atribuição de uma estrela Michelin, em 2009, confirmada em 2010.
Em comunicado, Avillez afirmava que ao longo dos últimos três anos tinha desempenhado a sua “função com absoluta dedicação e com o apoio de uma equipa extraordinária”, à qual prestava “homenagem”. O chefe demissionário prosseguia afirmando que “juntos procurámos oferecer sempre o melhor com o objectivo de devolver o restaurante Tavares ao lugar que a sua história e prestígio merecem. No entanto, face a divergências insanáveis com a administração do restaurante, tomei a decisão de deixar o Tavares. Apesar da minha saída, desejo, sinceramente, que o restaurante reencontre rapidamente o seu caminho”.
O cargo passou para o chef francês Aimé Barroyer que já esteve no restaurante Valle Flor do Pestana Palace, em Lisboa, e no Oitavos, em Cascais.
220 anos de história O restaurante é um dos mais antigos da Península Ibérica e já tem o estatuto de restaurante de luxo desde 1861. Foi palco de tertúlia política e económica, recebeu Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro e Sidónio Pais. Com 220 anos de história fez obras profundas nas instalações, acompanhadas por técnicos do então IPPAR. A talha dourada foi restaurada, o verde deu lugar a um vermelho novo. Os espelhos ficaram porque o IPPAR não deixou que fossem substituídos, tendo em conta o seu valor no conjunto histórico. O edifício faz parte dos imóveis de interesse municipal.
Em 1959 terá passado um período conturbado de sucessivas falências mas sobreviveu com brilho nos anos que se seguiram. O restaurante do Chiado reclama a presença de clientes tão importantes como Eisenhower, Fellini, Amália e Almada Negreiros. O preço médio de uma refeição, dizem os guias, é de 75 euros. E continua a funcionar.
By Adriana Vale
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