Ferran Adrià, eleito o melhor chef do mundo, fala do fecho do mítico El Bulli, da arte de criar paladares e do amor pela cozinha. Leia a entrevista e veja o vídeo.
Na estrada serpenteante que antecede a chegada ao El Bulli, o restaurante mais famoso do mundo, a paisagem e o silêncio parecem combinadas na antecipação do momento. Entrámos no Parque Natural del Cabo de Creus, em Girona, e a vegetação altera-se a cada quilómetro. Primeiro rasteira e agreste, como o nosso Sudeste Alentejano, depois pejada de imponentes pinheiros mansos e oliveiras.
Para trás ficou Roses, uma estância balnear de veraneio, muito turística, a fazer lembrar o Algarve. Lá em baixo, do lado da estrada onde a montanha cede lugar ao abismo, o mar.
Numa dessas enseadas sobre a praia, um portão e uma cerca modernas anunciam que chegámos. O portão está, contudo, fechado e o silêncio é sepulcral. Espreitamos e não se vê um carro nem se ouve outro som que não o das ondas. São 15h30 de uma segunda-feira, hora da entrevista marcada com um mês de antecedência na apertadíssima agenda de Ferran Adrià, e por momentos os suores frios ameaçam invadir-nos.
Seria possível que se tivesse esquecido, entre centenas de compromissos? Quinze longos minutos mais tarde, um funcionário surge à porta e manda-nos entrar. Lá em baixo, junto à entrada do restaurante, aguardam Juli Soler, sócio de Adrià desde 1992, e Pol, um dos chefes de sala. Cumprimentam-nos com um aperto de mão e dão-nos as boas-vindas ao El Bulli.
By Katya Delimbeuf (entrevista) e Rui Duarte Silva (fotografias)
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